quinta-feira, 27 de março de 2014

Record volta a manipular gráficos para favorecer candidato da IURD


Natelinha/Uol 

Interessada em alavancar o PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, na política, a Record vem adotando estratégias jornalísticas e manipulações de gráficos para evidenciar o feito de seus candidatos.
No Rio de Janeiro, a emissora passou a abrir espaço à política em seus noticiários locais para mostrar os satisfatórios resultados do senador Marcelo Crivella na última pesquisa Ibope para o Governo do Rio de Janeiro.
Nesta última terça-feira (25), o "Cidade Alerta", que não costuma tratar de assuntos políticos, exibiu os dados do levantamento realizado entre os últimos dias 7 e 10 de março.
 

Pesquisa de intenções de voto ganham espaço no "Cidade Alerta": Record
apresenta cinco candidatos no panorama

Na pesquisa em questão, são evidenciados os números de Marcelo Crivella na corrida pelo governo do Rio. O empate técnico entre o senador e o deputado federal Anthony Garotinho (por um placar de 19% a 18% a favor de Garotinho) é citado porém algumas artimanhas são feitas para amenizar suas baixas.
Durante a reportagem, a Record recorreu mais de uma vez à manipulação das proporções nos gráficos mostrados. Num eventual segundo turno entre Marcelo Crivella e Anthony Garotinho, a vantagem de 4% à favor de Crivella é mostrada de forma mais expressiva que a diferença de 5% entre Lindbergh Farias e Crivella no panorama geral mencionado no início da reportagem.


Distância de 4% entre Crivella e Garotinho é enaltecida fora das proporções reais

Vale lembrar que em 2008, ao mostrar o crescimento do "Jornal da Record" e a queda do "Jornal Nacional", a emissora também recorreu à manipulação nos gráficos. Na época, os 32,7 pontos do noticiário global e os 20,9 do principal jornal da emissora de Edir Macedo foram mostrados quase como em um empate técnico, enquanto a vitória do "Câmera Record" sobre a Globo em um placar de 14,7 a 13,9 pontos foi veiculada com uma considerável vantagem diante da rival.
Ainda na reportagem, a Record ignorou os índices de rejeição de Marcelo Crivella. Além da entonação acentuada da repórter ao mencionar os altos índices de César Maia, Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, não houve citação ao candidato da Igreja Universal.
 

Crivella, suposto quarto colocado nos índices de rejeição, não é mencionado em reportagem;
locução acentuada evidencia altos índices de rejeição de oponentes

Em pesquisa Ibope realizada em novembro do ano passado, Crivella detinha de 40% da rejeição. Tal marca é inferior a de seus principais oponentes porém ainda é considerada bastante expressiva.

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